
Mais duas invasões Francesas se seguiram à de Junot, a de Soult e a de Massena; Soult derrotou Freire de Andrade, o qual foi morto no período anarquista que se seguiu à retirada de Junot; conseguiu ocupar o Porto mas foi derrotado em Amarante, tendo fugido para França.
Massena não conseguiu passar as Linhas de Torres e também derrotado escapou, foi o fim do martírio.
As tropas Inglesas instaladas num país "sem Rei" rapidamente dissolveram as milícias populares e o que restava do exército de Freire de Andrade, aos poucos regressou a "normalidade".
O Povo demosntrara nesta revolução a sua força, os "grandes" compreenderam que a coroa quando o momento fosse mais sensível sería a primeira a fugir, o antigo regime tinha sofrido um rude golpe, o colaboracionismo do Alto Clero, da Nobreza e da Magistratura do Reino "abriu os olhos" à população, não mais viría a ser assim.
Influenciado pela interação com Ingleses, Espanhois e Franceses, o Povo começou a conhecer novas realidades; com a Coroa longe, o exército Português foi recriado por Beresford, integrando nele os que lutaram pela pátria; também foram reintegrados elementos da milícia na magistratura e na administração do Reino.
A permanência do Rei no Brasil agravou a crise económica e começaram a brotar as ideias Liberais, foi formado o Sinédrio e a revolta viría a explodir no Porto a 1820.
Seguindo o exemplo da constituição de Cadis, foi formado um governo provisório no Porto em 1820 o qual reclamava uma nova constituição.
Em 1821 reuniram as Cortes aprovando uma constituição provisória vendo-se o Rei obrigado a regressar do Brasil.
A 23 de Setembro de 1822 era jurada a prmeira Constituição de Portugal, o Rei perdera o poder absoluto e o povo tinha lançado a semente pera o que viría a acontecer mais tarde a 5 de Outubro de 1910.
Meu caro Nuno:
ResponderEliminarCaso mantenha interesse, eu vou continuando.
Agora com a 2ª Invasão.
Só para «sachar» e malhar na gente, mais 61.000 tropas espalhados por Portugal e Espanha, predispostos a vagas sucessivas.
O Freire de Andrade a que se refere continua a ser - pormenor importante - Bernardim F.A.
Os franceses tentaram entrar por Trás-os Montes e a nossa defesa estava entregue a Francisco da Silveira (C. Amarante). Comandava 2800 homens, 60 cavaleiros e menos de 5.000 milicianos, com quartel-general em Chaves (por isso, foi depois Marquês de Chaves). Ingleses, nesta altura, fora da compita.
O Marquês de Chaves percebeu a dificuldade de defender Chaves e recuou para perto de Braga, a fim de defender o Porto.
Nestas manobras, o povo enraivecido, não pecebendo a estratégia, acusou Bernardim de conluio com os franceses e assassinou-o em Braga. juntamente com outros oficiais (lista extensa) subalternos. Mais tarde a memória destes mártires foi reabilitada.
Portanto, um 1º reparo a sua narrativa. O qu se passou foi já longe da expedição de Junot. E assim, nós próprios, abrimos as portas do Porto aos franceses.
Cerca de 15.000 homens de 1ª linha mais milicianos, mas sem comandantes (pelo exposto) não conseguiram impedir a chegada de Soult ao Porto.
O Bispo do Porto rejeitou a rendição. Depois foi o pânico, a fuga e o célebre desastre da Ponte das Barcas.
Soult - Duque da Dalmácia - tentou «virar» os portugueses contra a Casa de Bragança, invocando a «heresia» dos ingleses. Em vão. A guerrilha reforçou-se. E face à rejeição do povo (sem ingleses à mistura), decidiu retroceder. Perdeu a confiança - então - na adesão nossa ao ideário napoleónico.
Os portugueses reatacaram, aderindo a Beresford que defeniu os soldados nossos «senão os melhores, ao menos iguais aos mais valorosos e intrépidos da Europa».
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ResponderEliminarEntretanto Wellesley chega a Lx, a tempo de participar nas comemorações do aniversário de D. Carlota Joaquina. Festança brava
E os regimentos nacionais colocados no Minho iam-se reagrupando para expulsar Soult, cercando o Porto. As tropas de Wellesley marcharam de Lx, com esse intuito também. A 11 de Maio de 1089 fugiam do Porto, com os generais Delaborde, Loison e Quesnel à cabeça.
Retirada dificil, com muitas perdas para os franceses. Menos do que as que teria se C. Amarante respeitasse a estratégia defenida por Beresford. As responsabilidades de Amarante são objecto de estudo próprio (vontade de brilhar ou azar?).
A retirada de Soult ficou marcada por trucidades sobre as populações. É da guerra, infelizmente: martirizando os mais fracos, escapa-se aos mais fortes...
Em Lx, por essa altura, ainda havia «afrancesados» que ansiavam pela vingança! Felizmente o Principe tinha seguido a opção inglesa... Mesmo assim, tomaram-se medidas para impedir o massacre dos ditos «afrancesados». Os nossos brandos costumes.... Nesta altura, finalmente, Wellesley e Beresford tomam o comando (institucionalmente) das forças militares estacionadas no país.
Amanhã continuamos. Contacto-o por causa do meu livro.
A minha fonte narrativa neste comentário é apenas Veríssimo Serrão, História de Portugal, vol. VII.
Abraço.
Caro amigo, lamentavelmente no fim de semana pouco ou nenhum tempo tive...
ResponderEliminarSaí de casa eram 6:30 da manhã, cheguei para jantar e só agora acabei o meu trabalho a esta hora tardia, infelizmente não lhe posso dar a atenção que me merece por hoje, veremos se amanhã tenho um pouco mais de cabeça !
Um abraço para si caro amigo.
Caro Nuno:
ResponderEliminarContinuando.
Do que acima exposto, já poderá ver que, com o auxilio dos ingleses, bem apetrechados e disciplinados, o exército nacional começou a recompor-se ainda na 2ª Invasão e tendo como chefes principais Bernardim e Amarante. A sua intervenção já na 3ª Invasão tem outro impacto e outra consideração por parte de Beresford e Wellesley. Concretamente, Massena invadiu Portugal com 65.000 homens. As tropas que o aguardavam ascendiam apenas a 31.000, sendo 26.000 portugueses. O comando pertencia a Wellesley e a estratégia para vencer, não obstante o diferencial numérico, também.
Um dos esquemas seguidos, também neste pequeno Portugal, foi a tal «politica de terra queimada» para deixar os franceses sem abastecimentos (1810-11). Depois foi a sua perseguição, Europa fora, até à derrota de Napoleão.
A Inglaterra, neste seu envolvimento contra os franceses, adquiriu lugar predominante na governação portuguesa. O seu embaixador fazia parte do Conselho de Regência em Lx. Regista-se um choque de culturas (nós católicos, eles anglicanos, basicamente)mas em 1813 é agradecida e entusiasticamente ovacionado em Lx, por grande multidão.
No Rio de Janeiro, a permanência dos ingleses em Portugal é bem vista, como modo de garantir possiveis retaliações de franceses. Por outro lado, os ingleses vão insistindo na abolição domtráfico de escravos. Daí que o Brasil cada vez mais se autonomize económicamente da sede do Império. E as ideias independentistas logo começam a surgir.
(Deverá saber que a Monarquia brasileira caiu, em guerra civil, porque o Imperador era a favor da abolição da escravatura, assim se confrontando com os magnatas económicos - açucar, cacau, café - interessados nessa mão-de-obra grátis. Humanismos que a Humanidade esquece...).
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ResponderEliminarNaturalmente a Guerra e o contacto com os ingles trouxe mais imprensa (jornais) e reforço do comércio com este aliado. Trouxe circulação de ideias, outra apetência pela política, sobretudo junto da burguesia mercantil.
Mas sobreveio, inevitávelmente, a crise económica, neste (como em outros) país desvastado. Uma crise que era sobretudo de mercado. Daí a reivindicação de «medidas proteccionistas». A agravar a situação, o custo de um exército numeroso que era agora necessário desmobilizar.
Data de aqui o grande erro de D. João Vi. Devia, efectivamente, ter nesta altura regressado do Brasil, conforme insistentemente lhe era pedido. Sobretudo, em 1815, com a ocorrência da paz geral.
Porque não regressou D. João VI? Boa pergunta. Arrisco uma resposta: a percepção de que o Brasil, tornado um novo reino, mas com intimas ligações ao Portugal europeu poderia ser a chave da resolução de todos os problemas de um país arruinado pela guerra. Havia que, no Brasil, dominar as tendencias independentistas, assegurar a (à Marcelo Caetano) «evolução na continuidade».
Uma hipótese apenas. Sem muita substância ainda para contrapor à do «bem-bom carioca».
E é neste quadro de descontentamento que efectivamente surge, sobretudo com burgueses tripeiros (magistrado Silva Carvalho, advogado com interesses no vinho duriense Silva Carvalho) e o maçon F. Tomaz, o Sinédrio e a ideia da Constituição, sempre espicaçados pelos espanhois, após a restauração da congénere de 1812 (rebaptizada de Cadiz).
O 24 de Agosto obrigou ao regresso do Rei, cuja legitimidade, aliás, nunca foi posta em causa. Mas - e aqui talvez D. João VI acertasse nas suas contas - precipitou a independência total do Brasil. Aquilo que Ele se esforçava por evitar. Chegou mesmo a pensar que o 24/AGO fora iniciativa de D. Pedro para o deixar sozinho no Brasil - a ele, D. Pedro, reconhecidamente pró-independência.
Cotinuamos amanhã. Por hoje uma pequena deixa: Falemos de Antigo Regime, mais do que Absolutismo. Em boa verdade, só D. João V e D. José se poderão considerar monarcas absolutos. E D. Miguel (antecipando) nunca, jamais.
Um abraço
Fontes: Hist- Portugal coordenada por Rui Ramos (com Nuno Gonçalo Monteiro e Bernardo V. e Sousa).