
O Reino sob o jugo de Afonso I foi estratificado em 4 partes ordenadas por importância : o Rei, o Clero, a Nobreza e a Plebe.
Naquele tempo o Rei tinha um poder quase absoluto sendo que apenas era limitado pelo Clero claramente o 2º poder e pela Nobreza por intermédio das cortes que viriam a integrar também elementos do Clero e da Plebe.
O CLERO
O Clero detinha privilégios eclesiásticos, senhoriais e militares. Estava dividido em ordens entre as quais :
ORDEM DE CISTER : Antiga regra de São Bento, foi inserida nesta nova Ordem sendo o seu mosteiro mais antigo o Mosteiro de S João em Tarouca a 12 Km de Lamego e tendo atingido o seu apogeu aquando a criação do Mosteiro de Alcobaça o qual tinha sido prometido em voto pelo Rei pela tomada de Santarém.
ORDEM DE STº AGOSTINHO : Estava fixada nos conventos de Stª Cruz em Coimbra e de S Vicente de Fora em Lisboa é posterior a Afonso I.
ORDEM DOS TEMPLÁRIOS : Foi o braço armado do Clero na conquistas aos Mouros; desde o tempo de D Teresa que eram os senhores de Soure bem como das terras de Coimbra a Leiria. No Sec. XII construiram o convento e o castelo de Tomar e eram também senhores dos castelos de Almourol, de Pombal e de outros de menor relevo.
Vieram a ser extintos em Portugal e convertidos em Cavaleiros da Ordem de Cristo.
ORDEM DOS HOSPITALÁRIOS : foi constituída já no tempo de Afonso I e eram senhores das casas de Leça, Belver e do Crato, também eles eram uma ordem militar.
FREIRES DE CALATRAVA : outra ordem militar com origens no sec. XII estavam em Evora e mais tarde em Avis quando foram convertidos em Ordem de Avis. Daqui sairía mais tade um infante bastardo, seu mestre que se viria a tornar Rei de Portugal fundador da 2ª dinastia, D João I.
ORDEM DE SANTIAGO DE ESPADA : também militar, sediou-se em Palmela, Almada, Arruda, Alcácer, Aljustrel, Sesimbra, Mértola, Aiamonte e Tavira. Nos dias que correm é feito Grão Mestre desta ordem nos dias actuais o chefe de Estado de Portugal.
A NOBREZA
Os nobres estavam estratificados seguindo em ordem decrescente : Rico-Homem, Infanção, Cavaleiro e Escudeiro.
O Rico-Homem tinha o domínio administrativo, militar e judicial da "terra" e morava no seu "solar", o Rei era sempre prejudicado com o excesso de jurisdição dos Ricos-Homens situação a qual viría a mudar com o tempo.
A fidalguia vivia do tributo pago por quem habitava os seus domínios e de doações do Rei; "encostada" a esses previlégios, trocou o seu papel de civilizador por um papel de "parasita" do povo e do poder central, dedicando-se essencialmente a actividades lúdicas e à caça.
A PLEBE
Estavam estratificados em : Cavaleiros Vilãos, Peões e Servos e as suas tarefas centravam-se basicamente na exploração agrícola.
Em face da autonomia gozada pela Nobreza a organização variava em distintos pontos do país; no Minho as terras eram doadas a diferentes grupos de povoadores os quais pagavam um "foro" em espécie com o produto do seu trabalho.
Em Trás-Os-Montes o regime era colectivo, semelhante ao comunismo do sec. XX; bens como o forno, a pastagem e o moinho eram colectivos e os tributos eram pagos por utilização dos meios.
No centro do país funcionava a contribuição predial directa num regime de proprietário/funcionário.
No sul o povo foi excluído do direito de propriedade sendo a Nobreza latifundiária.
Os Cavaleiros Vilãos foram os grandes obreiros da literatura medieval.
A vários povos era permitida a formação de concelhos, os quais reuniam com representantes das três classes denominadas por "braços", esses concelhos formavam as Cortes do Reino.
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